A partir de março de 2019 com a chegada do vírus da Covid-19 nossas práticas foram suspensas causando um desafio enfrentar não somente o medo, mas as mudanças da perda (ainda que não definitiva) de espaço, vínculos e rotinas. Pensando numa forma de comunicação para manutenção de vínculos com nossos frequentadores, no início de 2021, iniciamos a utilização de meios remotos, vídeo chamadas pelo Whatsapp posteriormente utilizamos o Google Meet para fazermos o Lian Gong.
O Isolamento social durante a pandemia, foi outro problema, provocando a falta de atividades físicas e de convívio, causando medos, angústias, dores articulares chegando inclusive a inicio de depressão em alguns casos
O parque Raul Seixas está localizado dentro do Conjunto habitacional José Bonifácio, Itaquera. Fazia parte da fazenda do Carmo e foi desocupada para construção de moradias populares. Várias árvores foram derrubadas, mas, graças à luta dos moradores, um quarteirão foi preservado, nascendo o Pq. Raul Seixas. Nesta época, a então prefeita Luiza Erundina, atendendo as demandas por uma saúde mental humanizada que inserisse o portador de sofrimento mental no convívio com a comunidade em oposição às desumanas condutas de encarceramento nos manicômios, via nos espaços públicos uma oportunidade de retorno destas pessoas ao convívio em comunidade. Assim foi criado o Centro de Convivência Parque Raul Seixas, ou simplesmente CECCO Raul Seixas.
O CECCO através de oficinas de teatro, jardinagem, jogos de mesa futebol, ping-pong, as práticas corporais Lian, Gong, Xian Gong, Dança Circular e outras, oficinas de geração de renda, como as oficinas de artesanato, bijuterias economia solidária (que tem uma linha de produção artesanal de doces), cria oportunidades de potencializar a capacidade de pacientes encaminhados dos serviços de saúde como os CAPS, deficientes físicos e comunidade em geral, especialmente os idosos. Todos são chamados de frequentadores, numa intencional dissociação da palavra paciente. A prática de Lian Gong, especialmente, agregava cem participantes, que se beneficiavam da convivência, atividade física, e do espaço que por ser um parque já propiciava um relaxamento e integração com a natureza.
A partir de março de 2019, com a chegada do vírus da Covid-19, nossas práticas foram suspensas causando um desafio enfrentar não somente o medo, mas as mudanças da perda (ainda que não definitiva) de espaço, vínculos e rotinas.
Pensando numa forma de comunicação para manutenção de vínculos com nossos frequentadores, no início de 2021, iniciamos a utilização de meios remotos, vídeo chamadas pelo Whatsapp e, posteriormente, utilizamos o Google Meet para fazermos o Lian Gong. No início deste novo universo online, havia dificuldades pela resistência emocional de alguns em utilizar os meios digitais, outros não possuírem rede Wi-fi, o que encarecia o acesso e por vezes inviabilizava, outros sequer possuíam smartphone. Mas a afinidade entre eles e o conhecimento dos benefícios das práticas foram impulsionadores para que muitos se superassem. Surpreendendo a nós técnicos, muitas vezes os mais limitados com ajuda de familiares conseguiam entrar no Meet para fazer as Práticas.
Atualmente estamos abrindo salas virtuais para realização de atividades todos os dias, os grupos têm em média de seis pessoas, no momento este número significa que atendemos cerca de 20% dos frequentadores, porém é uma oferta que têm promovido saúde, bem-estar, fortalecimento de vínculos, aumento de sentimento de pertencimento. A atividade está plenamente implantada.
Continuar ofertando, convivência aos nossos freqüentadores, tentando manter a rotina do enxergar outros colegas de atividades e minimizar o sentimento da insegurança, de que, apesar da situação atual, eles estão vivos e saudáveis. Alguns tiveram perdas de familiares e amigos. Outros chegaram a adquirir a Covid-19 mas se recuperaram. Nestas atividades, conversam dentro dos limites do aplicativo, porém conseguem expressar suas esperanças e anseios, além de manter o sentimento de alegria e alívio ao ver seus pares. A atividade como o Lian Gong, é realizada por voluntários que são membros da comunidade e freqüentadores do CECCO. São pessoas que eles já conheciam e se identificavam, possuem laços fortes. Todos falam da esperança do retorno, mas fazer uma atividade em grupo com seus iguais, ou seja, com o grupo que já tinham vínculo, potencializa a esperança. Não se trata apenas de fazer a atividade, pois é de conhecimento geral que existem vídeos publicados por profissionais em rede social, mas se trata de manutenção do vínculo afetivo e de se fortalecer, de pertencer, como grupo.
Para os freqüentadores e para a Unidade de Saúde, aparelho celular, computador ou notebook conectado a uma rede de wi-fi ou rede de dados móveis.
Inicialmente, atingir todos ou a maioria dos freqüentadores ativos. Após fazer o curso de Tai Chi Pai Lin foi-nos encaminhado pela professora Flávia do CPN Guaianazes um frequentador que teve Covid, internado por 45 dias, saiu com sugestão pela fisioterapeuta da prática da atividade Tai Chi Pai Lin. A partir daí, o mesmo e sua irmã estão fazendo esta prática, além de inclusão de Liang Gong, semanalmente conforme a programação por meio remoto. Percebemos, portanto, o efeito positivo das PICS no pós-covid. Outro resultado alcançando e não previsto foi o grande envolvimento da família dos frequentadores em colaborar na conexão do mesmo a este mundo tecnológico, auxiliando o acesso ao aplicativo nos momentos das oficinas virtuais. As Unidades de Saúde, também percebendo este movimento do CECCO está nos procurando a fim de encaminhar novos usuários a participar destas atividades de forma remota. A oferta que têm promovido saúde, bem-estar, fortalecimento de vínculos, aumento de sentimento de pertencimento. A atividade está plenamente implantada.
A insegurança, não só dos freqüentadores, mas também da equipe em aprender e utilizar estes meios remotos, aprender detalhes como: fechar microfones quando alguém está falando; Qual o link de acesso aos encontros; e principalmente o passo a passo.
Não basta apenas convidar. A maioria necessita de algumas conversas antes, que muitas vezes perpassa para os familiares a fim de ajudar a acessar o aplicativo. A resistência em participar também é quebrada quando o freqüentador percebe que seu colega está participando, incentivando-o a vencer o desafio de se conectar, percebe-se o pensamento “se ele consegue, eu também consigo”.
Há necessidade de persistência da equipe profissional, pois percebemos que é possível, o Acesso dos frequentadores. Se a pessoa tem um aparelho e internet disponível, o acesso dependerá, por vezes, desta persistência no ensino, mesmo que isso demore horas, ou até dias. Sugerimos que cada Unidade de Saúde que queira investir em atividades por meio remoto, deva elaborar várias estratégias para o início deste Acesso, principalmente quando não há, na família, rede de apoio. Estas estratégias podem incluir: contatos telefônicos ou vídeos chamadas; e aqueles que tenham dúvidas, sugerir que vá ao Serviço presencialmente para esclarecimentos sobre o este acesso; E/ou fazer uma vivência com computador do Serviço àqueles que tem resistência na participação online.
O parque Raul Seixas está localizado dentro do Conjunto habitacional José Bonifácio, Itaquera. Fazia parte da fazenda do Carmo e foi desocupada para construção de moradias populares. Várias árvores foram derrubadas, mas, graças à luta dos moradores, um quarteirão foi preservado, nascendo o Pq. Raul Seixas. Nesta época, a então prefeita Luiza Erundina, atendendo as demandas por uma saúde mental humanizada que inserisse o portador de sofrimento mental no convívio com a comunidade em oposição às desumanas condutas de encarceramento nos manicômios, via nos espaços públicos uma oportunidade de retorno destas pessoas ao convívio em comunidade. Assim foi criado o Centro de Convivência Parque Raul Seixas, ou simplesmente CECCO Raul Seixas.
O CECCO através de oficinas de teatro, jardinagem, jogos de mesa futebol, ping-pong, as práticas corporais Lian, Gong, Xian Gong, Dança Circular e outras, oficinas de geração de renda, como as oficinas de artesanato, bijuterias economia solidária (que tem uma linha de produção artesanal de doces), cria oportunidades de potencializar a capacidade de pacientes encaminhados dos serviços de saúde como os CAPS, deficientes físicos e comunidade em geral, especialmente os idosos. Todos são chamados de frequentadores, numa intencional dissociação da palavra paciente. A prática de Lian Gong, especialmente, agregava cem participantes, que se beneficiavam da convivência, atividade física, e do espaço que por ser um parque já propiciava um relaxamento e integração com a natureza.
A partir de março de 2019, com a chegada do vírus da Covid-19, nossas práticas foram suspensas causando um desafio enfrentar não somente o medo, mas as mudanças da perda (ainda que não definitiva) de espaço, vínculos e rotinas.
Pensando numa forma de comunicação para manutenção de vínculos com nossos frequentadores, no início de 2021, iniciamos a utilização de meios remotos, vídeo chamadas pelo Whatsapp e, posteriormente, utilizamos o Google Meet para fazermos o Lian Gong. No início deste novo universo online, havia dificuldades pela resistência emocional de alguns em utilizar os meios digitais, outros não possuírem rede Wi-fi, o que encarecia o acesso e por vezes inviabilizava, outros sequer possuíam smartphone. Mas a afinidade entre eles e o conhecimento dos benefícios das práticas foram impulsionadores para que muitos se superassem. Surpreendendo a nós técnicos, muitas vezes os mais limitados com ajuda de familiares conseguiam entrar no Meet para fazer as Práticas.
Atualmente estamos abrindo salas virtuais para realização de atividades todos os dias, os grupos têm em média de seis pessoas, no momento este número significa que atendemos cerca de 20% dos frequentadores, porém é uma oferta que têm promovido saúde, bem-estar, fortalecimento de vínculos, aumento de sentimento de pertencimento. A atividade está plenamente implantada.
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